E a escura noite vem
e o meu silêncio também
cala-se o meu lamento
desalento
e o meu silêncio também
cala-se o meu lamento
desalento
De caminhos nem sinal
nem aroma de azinheiras
só o vento no pinhal
e o baque das goteiras
Comprida noite esta
sem sequer uma festa
nem que pique como espinhos
só a queda das pinhas
me interrompe o pensamento
desalento
Mas já não tarda o dia
e já a chuva foi embora
ai, que nunca mais via
aquela débil aurora
Já os melros cantam
na sua esgravatança
já os vivos se levantam
já renasce a labutança
esperança
Com espinhos
ou sem espinhos
é bem vinda a madrugada
vem comigo minha amada
não tarda o sol a brilhar!
Nota: escrito em resposta a "Voy soñado caminos" de Antonio Machado
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