celestina


Moça airosa
culta, inteligente
e fina
o seu nome lembra o céu
é Celestina
uma autêntica donzela
não há rosto 
como o seu
os olhos, o cabelo
a postura
elegante, requintada 
e bela
é um gosto
vê-la
voz angelical
clara e harmoniosa.

Tudo nela 
faz antever felicidade 
futura
é verdade
não toca piano
nem fala francês
sinais 
dos tempos
nada de mal
orgulho dos pais.

Mudam os ventos
e chega a idade
dos calores
desejos de amores
o João
da oficina
arrasta-lhe a asa
recebe "não"
atrás de "não" 
as mãos sujas
o cheiro a gasolina
as unhas negras
não jogam a favor 
insiste o João 
resiste a Tina
mas a vida tem regras
que desconhecem a razão
é o amor.

Toda a família 
da Celestina 
e mais o povo
em alvoroço
só o mano 
mais novo
não diz que não
ao sujo moço
grandes desgostos
oposição!
vence o amor
por fim
e no altar
se dão o sim.

Passado um ano
foi-se a paixão 
perdeu a graça 
festeja a família 
aplaude o povo
ganhou juízo 
dizem alguns
ponto assente. 

Um novo amor
soam zunzuns
pior não será 
auguram todos
e na noite
de São João 
grande recepção 
na praça 
o casalinho lá está 
é este, meu pai
o meu grande amor
moiral das vacas
dum lavrador
Manuel da Luz Vicente 
por alcunha "O Lavajão".


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