Eu sou o vento norte
mas por que sorte
te encontrei
nem sei
As tuas searas ondeio
os teus vales vou lambendo
as planícies, os outeiros
teus barrancos, teus ribeiros
teus recantos conhecendo
todos
no verde do trigo as papoilas
quais teus lábios
todos
as abelhas
quais os meus
Agora já não
não sou o vento norte
mas seu irmão
o suão
Vagaroso
chego à mina
fértil
húmida, quente
desço? lentamente
desço, subo
subo, desço
eu na mina, a mina em mim
ferozmente
quente, quente
Vem a ceifa
a vez do pão
sonante
suante
turbulenta
rebenta
prostrante
Não sou o suão
já não
Sou a brisa do mar
devagar
afagar, afagar
e os meus lábios
quais abelhas
afagar, a falar
ao sol-pôr
meu Amor
a falar, afagar...
tudo o que aqui publico é de minha autoria e nada do que aqui lemos aconteceu; mas tudo poderia ter acontecido, nem que fosse nos sonhos dos personagens
brisas no alentejo
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